Descrição
Capa e arranjo gráfico de Sebastião Rodrigues.
“Cartilha do Marialva é um ensaio sobre a via errada, seguida por Portugal, que optou pelo irracionalismo e pelo imobilismo, atualizados e enaltecidos pelo regime salazarista. A figura do marialva, privilegiado em nome da sua família e dos seus haveres patrimoniais, encarna a espécie de provincianismo português que o autor caracteriza em traços negros e caricaturais de modo a fustigá-lo para melhor o erradicar do país.” Eunice Cabral
“(A Cartilha) Através dela surgiu uma nova figura da sociologia portuguesa: o marialva. Herdeiro de uma visão feudal do Universo e da ordem paternalista, as correcções que a evolução dos tempos lhe impôs não destruiram ainda o cerne dos seus conceitos de Autoridade, de hierarquias divinizadas, de Família e de Cultura. O Marialva defendeu e continua a defender, embora sob novas formas, a pax ruris contra a industrialização (veja-se o caso de Diogo Relvas, personagem principal de Barranco de Cegos, de Alves Redol), ao mesmo tempo que manifesta uma arreigada devoção ao passadismo e à mitologia dos heróis e dos clercs cuja recuperação final foi ensaiada pelo Integralismo Lusitano.”
José Cardoso Pires, O Anjo Ancorado, 3.ª edição, com um estudo sobre o autor de Alexandre Pinheiro Torres, Lisboa, Moraes Editores, 1964, 218 p., p. 207
“A Cartilha do Marialva marca uma viragem na obra de José Cardoso Pires. Uma vez retratada a ambiência mental e reproduzidas as estruturas onde assentamos, o autor tem de aplicar esse material para que conste e se divulgue. É urgente que os seus textos sirvam de exemplo e proveito.”
CRUZ, Liberto, Análise crítica e selecção de textos, 1.ª edição, Lisboa, Arcádia, 1972, p. 30