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Alguns apontamentos, alguns documentos, algumas afirmações para o Curriculum Vitae do Dr. José Pontes

Local de edição: Lisboa

Ano: 1944

Indisponível

    Esgotado

    Descrição

    José Pontes, 1879-1961

    Exemplar encadernado e com dedicatória do autor.

     

    «Se existe figura que pelas mais diversas razões marcou a primeira metade século XX do desporto nacional essa figura foi José Pontes (1879-1961). Desportista, jornalista, médico e político, José Pontes consagrou a sua vida à causa do desporto deixando marcas indeléveis no desporto em Portugal como é o caso da problemática dos “Jogos Olímpicos Nacionais” questão, por ele, há muito esclarecida mas que por incrível que possa parecer voltou à liça em 2013 durante a campanha eleitoral para os corpos gerentes do Comité Olímpico de Portugal.

    José Pontes licenciou-se em medicina precisamente no fatídico ano da morte de Francisco Lázaro na corrida da Maratona nos Jogos Olímpicos de Estocolmo. E na emoção do acontecimento acabou por fazer a tese de conclusão de licenciatura subordinada à problemática da corrida da Maratona que a morte de Francisco Lázaro tinha deixado o País numa depressão profunda

    Intitulada “Corridas de Maratona – Estudo de Fisioterapia”, orientada pelo Doutor José Maria Branco Gentil e defendida em 1912 na Faculdade de Medicina de Lisboa perante um júri cujos arguentes eram o Doutor Ricardo Jorge e o Doutor Bettencourt Raposo. Dizia José Pontes:

    Em Portugal, é vergonhoso o espetáculo que teem oferecido as ultimas corridas de fundo. Rapazes novos que vivem numa miséria oculta, dormindo mal, alimentando-se insuficientemente, sem aspeto atlético, com os peitos achatados, sem higiene geral, sem higiene particular dos membros inferiores, vão para a estrada na ansia de fazer o percurso em tempos que egualam os ‘pur-sang’ em corrida! E o que acontece? Ficam estropiados, doentes para sempre, mal compreendendo como não correm 1.000 metros, eles, que se preparavam para 40 mil. Felizmente, José Pontes, para além de médico, era um homem do desporto, da sociologia e da política, chegando a ser Senador da República, pelo que o seu trabalho académico (que dedicou ao seu orientador) teve mais a ver com a dimensão sociológica da corrida da Maratona do que com profundas considerações fisiológicas de ordem médica que, ao tempo, segundo os padrões atuais, até eram pouco conhecidas. Nestes termos, o trabalho de José Pontes, embora pretendendo ser na área da fisioterapia, ao alertar para as condições sociais em que se organizavam as corridas de fundo em Portugal, foi, seguramente, o primeiro trabalho de investigação a abordar questões sociológicas no mundo do desporto em Portugal. José Pontes que era, sobretudo, um propagandista do desporto, em 1910 escrevia n’ Os Sports Ilustrados um artigo intitulado A Arte e os Sports. E dizia:Nos países da Europa que mais abertamente abraçam a urgente necessidade de prática dos desportos e da ginástica usaram-se truques vários para fazer essa conquista da vulgarização das excelências da cultura física. Um desses truques consistiu em obter dos sábios, dos psicólogos e notoriamente dos artistas a sua opinião sobre a utilização dos desportos. Milhares de poetas, de pintores e de literatos cooperaram, e muitos desses estudos são brilhantes documentos do talento, e afirmações do espírito analista dos artistas. Na realidade, José Pontes estava em condições de apreciar ao pormenor o que se passava no desporto, pelo que a sua Tese de Licenciatura é um testemunho deveras importante para, passados cem anos, compreendermos as condições em que as corridas da Maratona se realizavam no País. De facto, nos primórdios do desporto, as condições de prática desportiva eram terríveis, do ponto de vista da violência dos excessos físicos a que os atletas eram sujeitos. Ao tempo, o desporto estava muito mais perto do que hoje está das suas origens, quer dizer, da luta pela sobrevivência e da arte da guerra, pelo que as suas práticas assumiam padrões de violência individual e coletiva inadmissíveis aos olhos dos nossos dias.

    Ainda segundo o livro editado pelo COP (1942), os JON de 1910 foram organizados por uma comissão executiva constituída pelo Dr. José Pontes, Pedro del Negro, Cândido da Silva e César de Mello, personalidades ligadas fundamentalmente ao desporto que nada tinham a ver com os interesses dos higienistas da medicina e da ginástica. Para o efeito, com a generosa colaboração do empresário António Santos, foi organizado no Coliseu dos Recreios um sarau que permitiu o encaixe das receitas necessárias à realização do JON de 25 de maio a 29 de junho de 1910. Ea festa de distribuição dos prémios aos vencedores, segundo a revista Tiro e Sport, aconteceu de forma brilhante na noite de 3 de julho na Escola Académica da qual era diretor precisamente Mauperrin Santos. A fundação do COP ocorreu devido à completa indiferença da SPEFN acerca dos Jogos Olímpicos de Estocolmo que se aproximavam. Por isso, um grupo de apaniguados deitou mãos à obra precisamente a 30 de abril de 1912, a fim de organizar a participação portuguesa nos JO da Vª Olimpíada. Conforme consta na edição do Os Sport Ilustrados de 4 de maio de 1912, tal ato aconteceu numa assembleia conjunta de elementos da Direção da SPEFN e dos delegados das coletividades desportivas. Não se sabe, como se costuma ver escrito, se, de facto, depois, a direção do COP foi indicada pelo Dr. António Lancastre a Coubertin e sancionada pelo COI. No entanto, acredita-se que a sua composição tenha sido a que se segue: Conde de Penha Garcia (Presidente Honorário); Dr. Jayme Mauperrin Santos (Presidente); Manuel Igreja (Vice-presidente); D. António de Lancastre (Vice-presidente); Carlos Bleck (Vice-presidente); Dr. José Pontes (Secretário-geral)…

    Ao tempo, Manuel Egreja e José Pontes pensaram encarregar a Liga Sportiva de Trabalhos Athleticos de organizar o COP. Contudo, por interposição de Mauperrin Santos, concordaram em que o Comité devia ser eleito em assembleia de clubes e jornalistas desportivos, aproveitando-se para este facto as reuniões conjuntas de delegados de clubes, jornalistas e diretores da SPEFN que organizavam os JON.

    Assim sendo, o COP nasceria com muito mais força, uma vez que a sua direção surgiria de uma eleição que havia sido bem anunciada.

    O número da revista Tiro e Sport de 10 de abril de 1909 anunciou a IIIª Maratona nacional para o dia 9 de maio, num percurso de 29 km com partida às 16h 15m do Ramalhão (Cintra), passagem por Alcabideche, e Cascais e chegada a Algés. O regulamento da IIIª Maratona teve, como não podia deixar de ser, um maior cuidado. E os aspetos médicos também não foram descurados conforme se pode ler na revista “Tiro e Sport” de 10 de abril de 1909: “O director do serviço de saúde da corrida, dr. José Pontes, novel clínico ha pouco sahido da Escola de Lisboa e que é o primeiro medico portuguez que versou de perto todos os nossos desportos.”

    Entretanto, surgiu a guerra de 1914-1918. Foi uma tragédia para o País. A República estava desejosa de mostrar serviço. Entre os milhares de portugueses que foram mobilizados encontrava-se José Pontes que prestou serviço em França como capitão-médico.»

    in: http://forumolimpico.org/pontes-jose

    Informação adicional

    Local de Edição

    Lisboa

    Ano

    1944

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