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José Leite de Vasconcelos

José Leite de Vasconcelos (1858–1941) foi um dos mais notáveis investigadores portugueses no campo da filologia, arqueologia e etnografia, deixando um legado fundamental para o estudo da cultura e identidade nacional. Desde cedo demonstrou uma curiosidade incansável pelo mundo que o rodeava, anotando em pequenos cadernos tudo o que lhe despertava interesse—a prática de um observador atento que viria a definir a sua vida académica.

Licenciou-se em Ciências Naturais em 1881 e em Medicina em 1886, na Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Embora tenha exercido a medicina por apenas um ano, foi na linguística e nas ciências humanas que encontrou a sua verdadeira vocação. A sua tese de licenciatura, *A Evolução da Linguagem: Ensaio Antropológico* (1886), demonstrava já um profundo interesse pela origem e transformação das línguas, um campo que viria a ser central na sua investigação.

Foi fundador de várias instituições e revistas de referência, incluindo a *Revista Lusitana* (1889) e *O Arqueólogo Português* (1895). Em 1893, estabeleceu o Museu Etnológico de Belém, que viria a ser um dos pilares da investigação etnográfica em Portugal. Teve um papel ativo na criação de publicações como *O Pantheon* (1880-1881), colaborando também em diversos periódicos culturais e científicos.

Doutorou-se na Universidade de Paris com a obra *Esquisse d’une dialectologie portugaise* (1901), um estudo pioneiro sobre as variedades linguísticas do português, posteriormente aprofundado por figuras como Manuel de Paiva Boléo e Luís Lindley Cintra. Além disso, foi um dos primeiros estudiosos da onomástica portuguesa, deixando um contributo essencial com *Antroponímia Portuguesa*, obra que influenciou gerações de investigadores.

Leite de Vasconcelos lecionou Numismática e Filologia Portuguesa na Biblioteca Nacional, onde exerceu funções de conservador desde 1887. Em 1911, tornou-se professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, reforçando ainda mais a sua influência no meio académico. Além de investigador, foi um verdadeiro sistematizador do conhecimento sobre as tradições populares, hábitos e expressões linguísticas do país.

Faleceu aos 82 anos, deixando parte do seu vasto espólio ao Museu Nacional de Arqueologia. A sua biblioteca, com cerca de oito mil títulos, juntamente com manuscritos, correspondência, gravuras e fotografias, representa um dos mais ricos conjuntos de documentação sobre o património cultural português. A sua obra e metodologia continuam a ser referências incontornáveis para estudiosos da etnografia e da arqueologia em Portugal.

Obras:

  • Estudo Ethnographico (1881)
  • O Dialecto Mirandez (1882)
  • Revista Lusitana (primeira série: 1887-1943; 39 volumes)
  • Religiões da Lusitania (1897-1913; em três volumes)
  • Estudos de Philologia Mirandesa (1900 e 1901; dois volumes)
  • Textos Archaicos (antologia, 1903)
  • Livro de Esopo (1906)
  • O Doutor Storck e a litteratura portuguesa (1910)
  • Lições de Philologia Portuguesa (1911)
  • A Barba em Portugal – Estudo de Etnografia Comparativa (1925)
  • Antroponímia Portuguesa (1928)
  • Signum Salomonis, A figa e A barba em Portugal (1918)-(1925)
  • Opúsculos (1928-1938 e 1985, póstumo, sete volumes)
  • Etnografia Portuguesa (1933-1988, em dez volumes)
  • Filologia Barranquenha – apontamentos para o seu estudo (1940, ed. 1955)
  • Romanceiro Português (ed. 1958, em dois volumes)
  • Contos Populares e Lendas (ed. 1964, em dois volumes)
  • Teatro Popular Português (1974-1979)

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