Luís Gonzaga de Azevedo S. J.
Luís Gonzaga de Azevedo, S.J. (1867–1930), foi um padre jesuíta, escritor e historiador português, notável sobretudo pela sua ação no contexto da perseguição religiosa que se seguiu à implantação da República em Portugal, em 1910.
Nasceu em 1867 em Arcos de Valdevez, no norte de Portugal. Após concluir os estudos eclesiásticos, ingressou na Companhia de Jesus no final do século XIX. Ao longo da sua formação e vida religiosa, destacou-se pela erudição, pelo domínio das línguas clássicas e modernas e pelo seu interesse profundo pela história da Igreja, especialmente no contexto português.
Em 1910, quando foi proclamada a República e promulgadas leis que visavam a expulsão das ordens religiosas e a laicização do Estado, Luís Gonzaga de Azevedo era o provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus. Exilado juntamente com muitos outros religiosos, organizou e redigiu a obra Proscritos, publicada em dois volumes entre 1911 e 1914, onde compilou testemunhos e documentos sobre a repressão sofrida pelos jesuítas. Esta obra tornou-se um importante documento histórico e eclesiástico.
Durante o seu exílio, passou por Espanha e pela Bélgica, tendo continuado a sua atividade intelectual. Ensinou, escreveu e colaborou com instituições católicas no estrangeiro, sempre comprometido com a defesa da história da Companhia de Jesus e da presença jesuíta em Portugal. A sua escrita é marcada por uma combinação de exatidão documental e envolvimento pessoal, refletindo o impacto profundo que os acontecimentos políticos tiveram na sua geração de religiosos.
Faleceu em 1930, mantendo-se até ao fim da vida ligado à missão da Companhia de Jesus e à preservação da memória da perseguição religiosa do início do século XX. A sua obra continua a ser consultada por investigadores interessados na história da Igreja, da República e da vida religiosa em Portugal.