Sampaio, José Pereira de. A ditadura subsídios morais para seu juízo crítico. Porto: Chardron, 1909
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viii, 293 pp.; 19 cm.
Sampaio Bruno, Porto, 1857 - Porto, 1915
Autodidacta excepcionalmente dotado, dedicou-se, desde muito novo, ao jornalismo, tendo publicado o seu primeiro livro grandemente influenciado pelo seu mestre Amorim Viana, quando contava apenas 17 anos. A sua participação na abortada revolução republicana de 31 de Janeiro de 1891 obrigou-o a exilar-se temporariamente em Paris. Embora tenha desempenhado um papel de relevo dentro do Partido Republicano, o pendor positivista que veio a prevalecer depois de 1910 levou-o, nos últimos anos da sua vida, a afastar-se, desgostoso, da política nacional para se dedicar exclusivamente ao estudo e à reflexão sobre os problemas e mistérios filosóficos e religiosos que desde sempre o preocuparam.
O pensamento filosófico de Sampaio Bruno, tendo-se iniciado a partir de uma atitude de nítido sinal iluminista de compromisso entre o deísmo e o agnosticismo, evoluiu, depois da crucial experiência do exílio, no sentido de uma teurgia heterodoxa, emanatista, messiânica e profética, aberta à revelação e ao mistério, na qual ocupa lugar central a noção de «queda» em Deus, que, do mesmo passo que explica a origem e a realidade do mal, aponta para uma final reintegração no Absoluto, para que o homem deve concorrer.
Opositor denodado do positivismo, Sampaio Bruno exerceu profunda acção espiritual não só sobre a geração da Renascença Portuguesa (Teixeira de Pascoaes, Leonardo Coimbra, Teixeira Rego, Jaime Cortesão, Fernando Pessoa) como ainda sobre o notável grupo de filósofos saídos da primeira Faculdade de Letras do Porto (Álvaro Ribeiro, José Marinho, Delfim Santos, Sant' Ana Dionísio).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990