Raúl Brandão, O avejão, Seara Nova, Lisboa, 1929
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Raúl Germano Brandão (Porto, Foz do Douro, 12 de Março de 1867 — Lisboa, Lapa, 5 de Dezembro de 1930), militar, jornalista e escritor português, famoso pelo realismo das suas descrições e pelo lirismo da linguagem.
Filho de José Germano Brandão, negociante, e de Laurinda Laurentina Ferreira de Almeida Brandão, Raul Germano Brandão nasceu a 12 de Março de 1867, na Foz do Douro, localidade onde passou a sua adolescência e mocidade. Sendo descendente de pescadores, o mar foi um tema recorrente da sua obra.
Depois de uma passagem menos feliz por um colégio do Porto, Raul Brandão gravita para o grupo dos nefelibatas, sendo sob o seu signo que desperta para o mundo das letras e publica as suas primeiras obras. Em 1891, terminado o curso secundário e depois de uma breve passagem, como ouvinte, pelo Curso Superior de Letras, matricula-se na Escola do Exército. Com este ingresso, ao que parece a contragosto, inicia uma carreira militar caracterizada por longas permanências no Ministério da Guerra envolvido na máquina burocrática militar. Nas suas próprias palavras: no tempo em que fui tropa vivi sempre enrascado. Paralelamente, mantém uma carreira de jornalista e vai publicando extensa obra literária. Encontra-se colaboração da sua autoria no semanário O Micróbio (1894-1895) e nas revistas Brasil-Portugal 1899-1914), Revista nova (1901-1902), Serões (1901-1911) e Homens Livres (1923).
Em 1896 foi colocado no Regimento de Infantaria 20, em Guimarães, onde conhece Maria Angelina de Araújo Abreu, com quem se casa a 11 de Março de 1897. Inicia, então, a construção de uma casa, a Casa do Alto, na freguesia de Nespereira, nos arredores daquela cidade. Aí se fixará em definitivo, embora com prolongadas estadias em Lisboa e noutras cidades. Reformado no posto de capitão, em 1912, inicia a fase mais fecunda da sua produção literária.
Raul Brandão visitou os Açores no Verão de 1924, numa viagem feita a título pessoal, mas que coincidiu, em parte, com a Visita dos Intelectuais então organizada sob a égide dos autonomistas, particularmente de José Bruno Carreiro e do seu jornal, o «Correio dos Açores». Dessa viagem, que durou cerca de dois meses (mais demorada, portanto, que a dos intelectuais convidados por Bruno Carreiro), resultou a publicação da obras As ilhas desconhecidas - Notas e paisagens (Lisboa, 1927), uma das obras que mais influíram na formação da imagem interna e externa dos Açores. Basta dizer que é em As ilhas desconhecidas que se inspira o conhecido código de cores das ilhas açorianas: Terceira, ilha lilás; Pico, ilha negra; S. Miguel, ilha verde...
Faleceu a 5 de Dezembro de 1930, aos 63 anos de idade, deixando uma extensa obra literária e jornalística. No dia anterior, ao sofrer uma síncope cardíaca, viria falecer de uma aneurisma no dia seguinte, na Rua de São Domingos à Lapa, número 44, primeiro. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, e, em 1934, trasladado para o Cemitério de Guimarães, onde repousa até hoje.
Em 1950, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o escritor dando o seu nome a uma rua na zona de Alvalade. Tem uma biblioteca com o seu nome em Guimarães.
- Impressões e Paisagens (1890);
- História de um Palhaço (1896);
- O Padre (1901);
- A Farsa (1903);
- Os Pobres (1906) (eBook);
- El-Rei Junot (1912);
- A Conspiração de 1817 (1914);
- Húmus (1917) (eBook);
- Memórias (vol. I), (1919) (eBook);
- Teatro (1923);
- O gebo e a sombra (1923);
- Os Pescadores (1923);
- Memórias (vol. II), (1925);
- As Ilhas Desconhecidas (1927);
- A Morte do Palhaço e o Mistério das Árvores (1926);
- Jesus Cristo em Lisboa, em colaboração com Teixeira de Pascoaes, (1927);
- O Avejão (1929) (teatro);
- Portugal Pequenino, em colaboração com Maria Angelina Brandão, (1930);
- O Pobre de Pedir (1931);
- Vale de Josafat (vol. III das Memórias), (1933).