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Novidades Literatura portuguesa

Portugal, José Blanc de. Odes pedestres. Lisboa: Editora Ulisseia, 1965.

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xxvi, 59 pp.; 18 cm.

José Blanc de Portugal, Lisboa, 1914 - Lisboa, 2000

Poeta, ensaísta, crítico literário e musical, investigador.

Após licenciatura em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa, entrou para meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional. A carreira científica levou-o de Lisboa às ilhas atlânticas (Açores, Madeira e Cabo Verde) e dali a Angola e Moçambique, chegando a subdirector-geral (1960-73). No campo da investigação científica directamente relacionada com a profissão que fez sua, publicou vários estudos, nomeadamente a monografia Introdução ao Estudo das Correntes de Jacto (1955).

Embora a sua actividade de crítico musical seja exercida há longos anos na chamada grande imprensa, mantendo-se ainda hoje com absoluta regularidade nas páginas do Diário de Notícias, é sobretudo como poeta que a sua personalidade se destaca.

Fundador e co-director dos Cadernos de Poesia (em todas as séries), publicou ali alguns dos seus mais importantes poemas, encontrando-se outros dispersos por Aventura, Litoral, Tricórnio, A Serpente, Graal, Colóquio/Letras, etc. Essa poesia «inteiramente despida de facilidades» (Adolfo Casais Monteiro) tem sido avaramente editada em volume: cinco livros em trinta anos de publicá-los. Nem por isso deixou de se impor ao arrepio das tendências dominantes à época do seu aparecimento. A seu respeito diria Jorge de Sena que ela repercute «uma áspera consciência trágica das contradições do mundo moderno.»

Autor de um discurso denso, irónico, difícil, frequentemente inovador num quadro de referências pós-presencistas, capaz do humor como da angústia (nenhum dos registos excluindo o outro), uma escrita como a sua, discreta e hierática, tende a «apagar-se» face aos circuitos mais obviamente promocionados. Tal facto não tem impedido a crítica mais exigente de lhe reconhecer a profunda originalidade.

Uma das figuras literárias contemporâneas de mais vasta cultura (em vários domínios) e de mais empenhada discrição, homem «sibilinamente questionador, promotor do claro e do oculto» (Eugénio Lisboa), Blanc de Portugal está representado em diversas antologias.

Foi adido cultural no Rio de Janeiro (1973-78) e vice-presidente do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (1978-82).


in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997


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