Pedro, António. Grandeza e Virtudes da Arte Moderna. Sociedade Industrial de Tipografia, Lisboa, 1939
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1ª edição
25 pp. ; 18 cm
Descrição completa:
Pedro, António. Grandeza e Virtudes da Arte Moderna: Resposta à agressão do Sr. Ressano Garcia. Sociedade Industrial de Tipografia, Lisboa, 1939
António Pedro, Cidade da Praia, Cabo Verde, 1909 - Moledo do Minho, Caminha, 1966
Poeta, romancista, autor e encenador teatral, crítico de arte, jornalista, editor e também caricaturista, pintor, escultor e ceramista.
Nasceu em Cabo Verde, onde seu pai era agricultor e negociante e onde sua mãe e seu avô materno haviam também nascido. Seu pai era originário do Alto-Minho e sua avó materna era irlando-galesa (Theresa Savage). Muito criança ainda, vem para Moledo do Minho, para junto do avô paterno, tendo feito os seus estudos primários e secundários no colégio dos Jesuítas de A Guarda (Galiza) e no Liceu de Viana do Castelo.
Segue-se o 7º. ano do liceu em Coimbra (1926), onde se estreia literariamente com o livro de poemas Os Meus 7 Pecados Capitais e funda, com Arlindo Vicente, o quinzenário Pena, Lápis e Veneno.
Em 1926-1928 faz os dois primeiros anos da Faculdade de Direito de Lisboa e volta a Cabo Verde (1928-1929). Entretanto, publicara mais poemas em livro e na Presença.
Em Cabo Verde relaciona-se com os jovens artistas e literatos da terra e publica um livro de poemas, Diário, editado por João Lopes, que se revelará ensaísta e será um dos fundadores da Claridade, e com capa de Jaime Figueiredo, que também virá a ingressar naquele movimento de que se desligará já com o primeiro número da revista em vias de ser impresso. Outros, como Pedro Corsino de Azevedo e Jorge Barbosa, são influenciados na sua obra por António Pedro, pelo que são vários os autores que lhe atribuem alguma influência no que viria ali a passar-se depois à roda da Claridade.
De regresso a Portugal, António Pedro casa e faz os dois primeiros anos do Curso de Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa (1930-1931). Em 1930 ainda colabora na Presença e em 1931 e 1932 publica mais dois livros de poemas. Em 1934 e 1935 frequenta o Institut d'Art et d'Archéologie da Sorbonne, liga-se aos meios artísticos e intelectuais de Paris e assina com Kandinsky, Delaunay, Picabia e Duchamp o «Manifesto Dimensionista». Publica, em francês, 15 Poèmes au hasard e redige Comédie en un acte.
De regresso de novo a Portugal, faz jornalismo, mas dedica-se, sobretudo, à pintura, sem deixar no entanto de publicar poesia. Em 1940 e 1941 vive no Brasil. Quando volta a Lisboa, publica o romance Apenas uma Narrativa, tido, juntamente com Nome de Guerra de Almada, como «um importantíssimo momento de transformação do nosso romance» (Fernando Guimarães).
Em 1944-1945 trabalha na secção portuguesa da BBC de Londres e colabora em programas de teatro do London Transcription Service, passando a pertencer a The Surrealist Group of London, em cujas actividades participa, nomeadamente expondo pintura sua na Arcade Gallery juntamente com Arp, Chirico, Max Ernst, Miró, Klee, Giacometti, Picasso e alguns outros.
Voltando a Portugal, colabora na criação do Grupo Surrealista de Lisboa que tem a sua primeira manifestação na Exposição Surrealista da Jalco (1947), e passa a dedicar-se, principalmente, à cerâmica e ao teatro, área em que deixou uma obra importante como autor, encenador, cenarista, figurinista e crítico: «o mais completo "homem de teatro" nas artes e nas letras portuguesas da primeira metade do nosso século» (João Gaspar Simões).
Colaborou no Teatro Estúdio da Rua do Salitre (1946-1948), dirigiu o Pátio das Comédias (1948-49), onde se estreou como encenador, e fundou o Teatro Experimental do Porto (1953), que dirigiu até 1961. Não deixa, porém, a sua actividade de crítico de arte e continua a publicar poesia e ficção.
Tem colaboração dispersa por jornais e revistas, desde 1926 até ao ano da sua morte, destacando-se no entanto as suas contribuições para: Presença (1929-1930), Fradique (1935), Lácio (1938), Variante (1943), Aventura (1943), Mundo Literário (1946-1947), Unicórnio (1951), Bicórnio (1952), Lusíada (1952), Tricórnio (1952), Cadernos de Poesia (1953) e Pentacórnio (1956).
Como editor, reorganiza em 1948 a Editorial Confluência, que dirigirá até 1966, tendo ali publicado, entre outras obras, os doze volumes do Dicionário de Morais.
Usou os pseudónimos de Cristóvão para a crítica de arte e de Tó-Peto para a literatura infantil.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997