O Thalassa, semanário humorístico e de caricaturas, Empresa do Talassa, 1913-1915
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O Thalassa : semanário humorístico e de caricaturas Empresa do Talassa, ed. com.
N.º 1 (6 Mar. 1913), a n.º 99 (7 Maio 1915);
Contém todos os números especiais:
— 4 Set. 1913
— 1 Fev. 1914: dedicado a S. M. El-Rei D. Carlos I
— 1 Fev. 1915: dedicado ao Príncipe Real D. Luiz Filippe
Semanário humorístico fundado por Jorge Colaço, Severim de Azevedo (Chrispim) e Alfredo Lamas. Em excelente estado de conservação, muito invulgar quando aparece com a encadernação do editor; (o 2.º volume com uma encadernação que nos parece do editor, mas mais simplificada.)
“Porque se chama Thalassa este semanário? Porque não se poderá chamar doutra maneira – como filosoficamente responderia o grande pensador Nónes [sic], se lhe perguntassem porque se chama sol ao sol. Thalassa é todo aquele que não é correligionário do sr. Afonso Costa; e nós, mercê de Deus que nos formou de aspirações modestas nunca aspirámos, nem aspiraremos a tal culminância. Thalassa é toda a pessoa que não faz pum! aos padres e não chama ladrões aos monárquicos, que não mimoseia com os epítetos de malandros e assassinos os jasuitas [sic] e não se incorpora nos cortejos do livre-pensamento; que não bebe os soluços gasosos da oratória fluente do Sr. Estevão e não tem quota mensal do Centro de S. Domingos; que não vira as costas às igrejas e não dá vivas ao Sr. Bernardino; que não é inquilino das manifestações do largo das Duas Igrejas ou senhorio subscritor dos banquetes ao chefe dos monárquicos; que não é adesivo ou consolidador do cavalo- marinho ao som da Portuguesa; que não cospe nas crenças; que não frequenta as Ligas das Sr.as Veledas; que não beija o sr. Brito; que não abraça o sr. António José; que não louva o sr. Ferreira do Amaral, que se não acocora diante do sr. Borges. Thalassa são finalmente... quatro milhões e meio de estúpidos portugueses a quem o avaro destino vedou de entrar no meio milhão restante de entes superiormente privilegiados e luminosos... Nós por exclusão das qualidades apontadas indispensáveis para pertencer aos segundos, estamos nos insignificantes do primeiro grupo, e portanto este semanário – nosso filho querido – que hoje pela primeira vez vê a luz do dia, não podia receber outro nome baptismal.”
In “O Thalassa”, O Thalassa, Lisboa, n.º 1
Nota: temos conhecimento de um número 100 que, de tão raro que é, não aparece sequer na descrição da Hemeroteca de Lisboa como fazendo parte do conjunto da edição.