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Novidades Literatura portuguesa

Magalhães, Joaquim Manuel. Alguns antecedentes mitológicos. Lisboa: Assírio e Alvim, 1985

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Ilustrações de Ilda David

61 pp.; il.; 21 cm.


Joaquim Manuel Magalhães, Peso da Régua, 1945

Poeta, ensaísta, crítico de poesia e tradutor, doutorou-se em Literatura Inglesa, pela Universidade de Lisboa, com a tese «Consequência da Literatura e do Real na Poesia de Dylan Thomas» (1980). Professor catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa, rege seminários de Poesia Contemporânea.

Os primeiros poemas apareceram em 1974, num Envelope concebido pelo pintor António Palolo. Também participou na elaboração do Cartucho (1976). Mais tarde, Alguns Livros Reunidos (1987) colige grande parte da obra publicada até então. Essa recolha inclui os poemas inaugurais, bem como os de Consequência do Lugar, Dos Enigmas, Vestígios, Pelos Caminhos da Manhã, António Palolo, Uma Exposição (este com João Miguel Fernandes Jorge e Jorge Molder) e Alguns Antecedentes Mitológicos, colectâneas que desaparecem como obras autónomas depois da ampla operação de rasura a que foram submetidas. De fora ficam dois títulos emblemáticos: Os Dias, Pequenos Charcos (1981) e a 2ª. edição de Segredos, Sebes, Aluviões (1985), muito diferente da versão de 1981.

A poesia de Magalhães caracteriza-se por «uma linguagem/ limpa, um equilíbrio do que se diz/ ao que se sente, um ímpeto/ ao ritmo da língua», e também por «voltar ao real, a esse desencanto/ que deixou de cantar» (o quotidiano). Isto é: caos urbano, sexo, política, violência, doença, morte. Com este exigente critério, teorizado com brilho, definiu os contornos da geração de 70, jogando-se quase sempre numa ambivalência entre a notação biográfica e o lastro da tradição, «no estreito rumor da multidão [...] por rasgões ao acaso acesos.»

A consagração absoluta, traduzida em consenso crítico e vários prémios de prestígio, chegou com A Poeira Levada pelo Vento (1993), «livro com que o poeta Joaquim Manuel Magalhães pela primeira vez suportou a confrontação com o crítico relevante que sempre foi», segundo Osvaldo Manuel Silvestre. A pretexto da mesma obra, e em particular da sua sequência final – Sloten –, Américo António Lindeza Diogo fala de «aura sem reverberação», reconhecendo que o autor «se revela o mais capaz herdeiro de Jorge de Sena».

Considerado o mais influente crítico da sua geração, a sua actividade ensaística faz a síntese do ethos puritano e da pulsão libertária. É autor de uma extensa antologia de poesia espanhola (Poesia Espanhola de Agora, que, em dois volumes, reune sessenta e oito autores nascidos entre 1942 e 1976). Também traduziu Kavafis, Seferis e Ana Akhmatova, bem como inúmeros poetas de língua inglesa, nomeadamente Dylan Thomas – objecto da sua tese de doutoramento, Dylan Thomas: Consequência da Literatura e do Real na Sua Poesia –, E.E. Cummings, Philip Larkin, Thom Gunn, Donald Davie, T. S. Eliot, Frank O'Hara, W. H. Auden, Geoffrey Hill, Graig Raine e Neil Powell.

Em 1986, organizou e posfaciou (em verso) uma antologia da poesia de Ruy Cinatti. Prefaciou livros de João Miguel Fernandes Jorge e de António Osório, entre outros.

Tem colaboração dispersa por jornais e revistas, tais como o Diário de Lisboa, A Capital, Expresso, A Gazeta, O Independente, Semanário, Raiz & Utopia, Colóquio-Letras, Os Ossos Frágeis, As Escadas Não Têm Degraus, Hífen, Belém, etc.

De 1968 a 1970 e de 1975 a 1976, apresentou na RTP um programa semanal de sua autoria, sobre poesia, intitulado «Os Homens, Os Livros e As Coisas».

Centro de Documentação de Autores Portugueses


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