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João Pedro Grabato Dias, Uma meditação 21 laurentinas e dois fabulários falhados, edição do autor Lourenço Marques, 1971

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Raro.

António Augusto de Melo Lucena e Quadros (Viseu, 9 de julho de 1933 - Santiago de Besteiros, 2 de julho de 1994) foi um pintor e poeta português. Viveu em Moçambique durante vinte anos: 1964-1984.

Diplomou-se em pintura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Entre 1958 e 1959 esteve em Paris (Ecole des Beax-Arts de Paris), como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, onde fez os cursos de gravura e pintura a fresco.

Participou em diversas exposições coletivas, podendo destacar-se: I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 1957); Art Portugais: Peinture et Sculpture du Naturalisme à nos Jours (Paris, 1968). Foi galardoado com o Prémio Marques de Oliveira e o Prémio Armando Basto (S.N.I.).

Parte para Moçambique em 1964. Em 1968 revela-se como poeta ao obter um prémio para "40 Sonetos de Amor e Circunstância e Uma Canção Desesperada" assinado por João Pedro Grabato Dias, negando durante vários anos ser o seu autor.

Nesse período colaborou com grupos de teatro em Lourenço Marques, como o TALM (Teatro Amador de Lourenço Marques), em que foi autor do cenário da peça "Jardim Zoológico" de Eduardo Albee, encenada e interpretada por Mário Barradas, e o TEUM (Teatro dos Estudantes da Universidade de Moçambique), sendo autor dos cenários e o guarda roupa de "O Velho da Horta" e "Quem tem Farelos?" de Gil Vicente, ambas encenadas por Matos Godinho.

Colaborou no "Núcleo de Arte" de Lourenço Marques como professor, onde contactou, entre outros, com Malangatana Valente. Ganhou o 1º Prémio no concurso da Sociedade de Estudos de Mocambique que, na cerimónia oficial não foi entregue por o Secretário Provincial de Educação ter considerado a obra indecorosa.

Em 1971 lançou as odes "O Morto" e "A Arca" e ainda as "Laurentinas". Grabato Dias e Rui Knopfli, criam nesse ano a revista Caliban.

Em 1972, por ocasião dos 400 anos da morte de Camões, lançou o poema épico "Quybyrycas", assinadas por Frey Ioannes Garabatus, com prefácio de Jorge de Sena, onde glosava e parodiava "Os Lusíadas".

Depois do 25 de Abril, inventou o livrinho "Eu, o povo", supostamente deixado por Mutimati Barnabé João, guerrilheiro moçambicano morto em combate, não assumindo inicialmente a sua autoria. Escreveu o novo livro de poemas didáctico "O Povo e nós", já de autoria de João Pedro Grabato Dias.

Publicou um livro de divulgação da biotecnologia, para aplicação nas zonas rurais moçambicanas.

Publicou o poema pseudobibliográfico "Facto/Fado", considerado pelo crítico literário Eugénio Lisboa um dos melhores livros em português.

Em Moçambique foi ainda o co-autor do monumento aos heróis, na Praça dos Heróis Moçambicanos, em Maputo.

No regresso a Portugal e a Santiago de Besteiros, em 1984, dedicou-se ao ensino, à escrita e pintura.

Publicou em 1992 "Sete Contos para um Carnaval"

Foi cantado por cantores como José Afonso e Amélia Muge.

Como pintor, actividade principal da sua criação, tem extensa e rica obra de extrema beleza, realizada em Portugal e Mocambique. Dedicou-se ainda a outras artes plásticas, como cerâmica, pintura em cerâmica, esculturas metálicas, cartazes, ilustração de livros e desenhos criados por computador.

1998 - Grã-Cruz da Ordem do Infante D.Henrique, atribuída a título póstumo pelo Presidente Jorge Sampaio, pela obra plástica e literária , particularmente pela autoria de "As Quybyrycas"

A famosa motorizada V5, da SIS Sachs, Malaposta, foi criada em1964 por seu irmão, Engº José Diogo Lucena Quadros.

Utilizou os seguintes heterónimos:

• João Pedro Grabato Dias

• Ioannes Garabatus

• Mutimati Barnabé João

 

https://revistacaliban.net/antónio-quadros-grabato-dias-o-homem-com-gatos-nos-pulmões-2547beed180f


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