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Genoveva de Lima Mayer Ulrich, O último lampadário, Edição do autor, Lisboa, s/d [ca. 1917]

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Edição da autora, invulgar.

Filha de Carlos Mayer, um dos Vencidos da Vida, Genoveva de Lima Mayer, casada com Rui Ulrich, foi uma cosmopolita que tentou rodear-se sempre de ideias para o futuro, e deu brado como mulher do Embaixador de Portugal em Londres, nos anos 30. Assumida no pensar e decidida nas atitudes levava-as aos últimos efeitos, entre o escândalo ou a polémica, mesmo se isso implicasse exotismo ou excentricidade, em contraste com a sociedade portuguesa conservadora. Por isso, mesmo quando Lisboa mostrava sinais de estar no fim do mundo, ela compensava a realidade envolvente, não só através de um salão literário, onde amigos e artistas conviviam em verdadeiras tertúlias mensais, mas também acolhendo em casa um constante rodopio de acontecimentos mundanos, com recepções, bailes, concursos de música e conferências. Ou também através da escrita, sob o nome de Veva de Lima. Como curiosidade, foi ela quem dinamizou, entre outras iniciativas mundano-intelectuais especiais, a Venda da Flor, a favor das vítimas da 1º Grande Guerra, durante a qual, sobretudo na zona da baixa lisboeta, senhoras elegantes vendiam e colocavam flores artificiais na lapela dos casacos de homens.

 

 “(...) Se tive um grande prazer em ouvir, lido com a sua voz, o Ultimo Lampadário foi enorme também o gozo que me deu ler as paginas deslumbrantes do lindíssimo volume, que a sua generosidade amiga valorizou com uma amável dedicatória. [... ...] Gostava bem de saber dizer-lhe quanto me maravilha esta obra. Mas se me faltam faculdades de crítico, sobejam-me de admirador. Não sei applicar raciocínios, nem posso entoar hymnos. É o que venho fazer n’estas linhas. Este livro revela o seu talento original, e põe em flagrante a sua individualidade tão complexa. No sentir, no pensar, no exprimir as suas ideias, na elegância do vestir que lhe é própria, nos gestos, na forma como se móve na vida, a Veva é um ser á parte. Por isso no seu livro das suas qualidades typicas: É levemente exótico e é essencialmente esotérico. Quando digo exótico emprego esta palavra a falta de outra para dizer que lhe encontro um sabor estranho de país longinquo. E quando digo esotérico é para significar a intenção com que a Veva o destinou a uma elite apenas, desdenhando o resto do mundo. Mas esse resto do mundo ( e n’essa cathegoria me encontro eu) tambem escuta com encanto a orchestração e acha delicia no brilhantismo da forma.” 

Conde de Sabugosa Carta autógrafa dirigida à autora.


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