Ferro, António. Homens a multidões. Lisboa: Livraria Bertrand, 1938.
Acresce o valor do transporte pelos CTT (de acordo com as tabelas em vigor para o correio registado ou não registado). Enviar email para informação de envio por correio.
xix, 296 p. ; 19 cm
António Ferro, Lisboa, 1895 - Lisboa, 1956
Jornalista, ficcionista, cronista, político, António Ferro foi, com apenas 20 anos, o editor da revista Orpheu. Ligado aos elementos do primeiro modernismo, António Ferro, por alguns dos textos então publicados, apresenta-se como um dos mais eloquentes e estridentes porta-vozes daquele movimento artístico.
Não tendo completado o curso de Direito, que trocou pelas letras e pelo jornalismo, o autor de Leviana teve uma existência movimentada. Esteve muito novo ainda dois anos em Angola, de que regressou em 1919 para voltar ao jornalismo: O Jornal, O Século, Diário de Lisboa e Diário de Notícias. Como jornalista sai da paróquia nacional e entrevista figuras de alto gabarito internacional: D'Annunzio, Pio XI, Mussolini, Clémenceau, Maurras, Afonso XIII, Primo de Rivera, Poincaré, etc.
Jornalista de forte personalidade e de grande vivacidade como prosador, António Ferro publica no Diário de Notícias, em 1932, as hoje célebres cinco entrevistas com Salazar, que rendido ao seu talento lhe confia, no ano seguinte, a criação do Secretariado da Propaganda Nacional. Nesse cargo, António Ferro tentará definir e impor uma «política do espírito», que buscava, por um lado, recuperar como fonte viva o folclore português e, por outro, fazer de algum modo uma pedagogia do moderno em arte.
Olhado com suspeição por quase toda a intelectualidade portuguesa de oposição e com desconfiança por uma direita que lhe temia as ousadias, António Ferro teve de abandonar, em 1950, o Secretariado Nacional da Informação (nome que passara a ter, em 1944, o Secretariado da Propaganda Nacional) pelo posto de ministro plenipotenciário em Berna. Em 1954 vai para o Quirinal, também como ministro, sendo o posto, em 1955, elevado à categoria de embaixada.
Foi casado com a poetisa Fernanda de Castro e era pai do escritor António Quadros (1923-1993), que organizou a antologia António Ferro (1963).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. III, Lisboa, 1994