





Duarte Galvão, Crónica de D. Afonso Henriques, Rui de Pina Crónica de D. Sancho I e de D. Afonso II, Lisboa, 1727
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Duarte Galvão, Crónica de D. Afonso Henriques, Rui de Pina Crónica de D. Sancho I e de D. Afonso II, Oficina Ferreiriana, Lisboa, 1727
Encadernação inteira de pele.
Duarte Galvão (Évora (?) 1446 – Kamaran, Iémen Dezembro de 1517) foi um cronista e diplomata português.
Filho de Rui Galvão e de sua mulher Branca Gonçalves, era irmão de D. João Galvão, 36.º Bispo de Coimbra e 1.º Conde de Arganil de juro e herdade.
Fidalgo da Casa Real, foi cronista-mor do Reino de Portugal em 1460, autor da Crónica de D. Afonso Henriques, Secretário de D. Afonso V de Portugal e de D. João II de Portugal, alcaide-mor de Leiria, embaixador ao Imperador Maximiliano I do Santo Império Romano, ao Rei Luís XII de França e ao Papa Alexandre VI, etc.
Este cronista, adepto dos ideais de Joaquim da Flora, um abade italiano ligado ao culto do Espírito Santo e da ideia do Quinto Império, está bastante ligado aos ideais de mistificação do império português. A sua única obra conhecida é a Chronica do Muito Alto e Muito Esclarecido Príncipe D. Afonso Henriques, Primeiro Rey de Portugal, de 1505.
Em 1515, já septuagenário, foi nomeado para chefiar a embaixada enviada à Etiópia, ao famoso Preste João, acompanhando o regresso de Mateus, emissário da rainha Helena ao rei D. Manuel I de Portugal, onde seguia na companhia do padre Francisco Álvares.[7][8] A embaixada partiu a 7 de Abril na Armada do novo governador da Índia Lopo Soares de Albergaria,[9] que em 1517 no Mar Vermelho falhou a tentativa de os desembarcar. Duarte Galvão faleceu aí em Dezembro, antes de chegar ao destino, na Ilha do Camarão, embora durante alguns anos não se soubesse em Portugal que tinha morrido. Para o substituir foi nomeado D. Rodrigo de Lima, que chegou à Etiópia em Abril de 1520.
Rui de Pina (Guarda, 1440 — 1522/1523) foi um cronista e diplomata português.
Ao serviço de D. João II, foi incumbido de várias missões diplomáticas, de entre as quais se destaca a representação dos interesses portugueses em Barcelona, após a viagem de descoberta de Colombo, procurando delimitar, em negociações que prenunciavam já o Tratado de Tordesilhas, os domínios destinados a Portugal e aqueles destinados a Espanha.
Foi nomeado 9.° cronista-mor do reino, guarda-mor da Torre do Tombo e da livraria régia por D. Manuel, em 1497, cargo que ocupou até à sua morte em 1523. A actividade cronística desenvolve-se pelo menos desde 1490, data em que D. João II lhe atribui uma tença para escrepver e assentar os feitos famosos asy nossos como de nossos Reynos.
Escreveu as crónicas de vários reis, entre os quais D. Sancho I, D. Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso III, D. Dinis I, D. Afonso IV, D. Duarte I, D. Afonso V e D. João II adoptando um ponto de vista que exaltava os feitos dos monarcas.
As crónicas de D. Sancho I até D. Dinis foram editadas em Lisboa entre 1727 e 1729 por Miguel Lopes Ferreira; as três crónicas de D. Duarte, D. Afonso V e D. João II foram editadas entre 1790 e 1792 nos Ineditos de Historia Portugueza da Academia de Ciências, em edição prefaciada e organizada por Correia da Serra.
Quanto à crónica de D. Afonso IV, foi impressa em 1653, em Lisboa, por Paulo Craesbeck, de acordo com os manuscritos organizados por Pedro de Mariz, escrivão da Torre do Tombo. Estas edições corroboram nas suas introduções e mesmo licenças o testemunho de Damião de Góis, na Crónica de D. Manuel, segundo o qual nem todas as obras que lhe eram atribuídas seriam de sua autoria.
No prólogo à Crónica de D. Sancho I, o cronista propõe-se continuar o trabalho encetado por Duarte Galvão com a Crónica de D. Afonso Henriques e elaborar a crónica dos sete primeiros reis de Portugal, lembrando as dificuldades acrescidas dessa tarefa, dada a escassez de fontes que justifica a inexistência de crónicas ordenadas anteriormente sobre o mesmo assunto: haa sómente por Lugares muy ocultos algumas lembranças, cartas confuzas, e muy duvidozas. Na verdade, estas crónicas, segundo Damião de Góis, teriam sido construídas a partir de rascunhos de Fernão Lopes, refundindo uma Crónica Geral do Reino esboçada pelo primeiro cronista e que se supõe corresponderá à Crónica de Portugal de 1419.
Quanto às crónicas de D. Duarte e D. Afonso V, supõe-se que tenham também a mão de dois autores ou pelo menos que tenham como base memórias deixadas por Gomes Eanes de Zurara. De todas as crónicas assinadas por Rui de Pina, a Crónica de D. João II é a mais precisa, dado que o cronista foi actor e testemunha dos factos que relata. Opondo-se ao estilo lacónico e conciso das crónicas anteriores (com excepção da Crónica de D. Afonso V), aí o autor apresenta uma narração mais viva e documentada.
De todas as polémicas que envolvem a extensa obra de Rui de Pina, desde o seu mérito como historiador, que cuja voz suportou fundamentalmente a versão oficial dos acontecimentos históricos, até aos problemas que decorrem da estrutura e fontes das suas crónicas, apenas se depreende que a obra de Rui de Pina ainda não mereceu um estudo exaustivo que contemple também o estudo estilístico comparativo das suas crónicas e dos textos dos autores de quem é pretenso plagiário ou recompilador.