Centeno, Y. K. Peças bem comportadas. & etc, Lisboa, 1982
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1ª edição
62 pp. ; il. ; 18 cm
Yvette Centeno, Lisboa, 1940
Poeta, ficcionista, dramaturga, ensaísta e tradutora, é, desde 1986, professora catedrática na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona desde 1974. Licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa (1963) com uma tese sobre Robert Musil e o Homem sem Qualidades, doutorou-se em Literatura Alemã, em 1979, com uma dissertação sobre A Alquimia e o Fausto de Goethe e um trabalho complementar sobre Thomas Vaughan, Um Filósofo Hermético do Século XVII.
Desde cedo se interessou pela simbologia, tendo orientado um seminário sobre Filosofia Hermética na obra de Fernando Pessoa, de 1976 a 1978, e tendo criado, em 1980, o Gabinete de Estudos de Simbologia, de que é directora. Mais recentemente, criou um núcleo de estudos dedicado ao Teatro e à Sociedade. Dirige a ACARTE, desde 1994, órgão ligado à Fundação Gulbenkian, que promove manifestações culturais em Lisboa em teatro, dança, literatura e música. No âmbito dos mestrados que organizou em Estudos Alemães e Estudos Literários Comparados, dirige um Seminário regular sobre Fernando Pessoa. Assegura também regularmente seminários de Literatura, História das Ideias e História da Cultura Alemã, constando do seu currículo numerosos seminários e conferências em universidades estrangeiras, com destaque para Paris, Bordéus, Berlim, Colónia, Madrid, Barcelona, Granada, Londres, Oxford e, mais recentemente, os Estados Unidos da América (Universidades de Harvard, Brown, Southern Massachussets e Tulane/New Orleans).
A sua obra criativa, donde se destaca fundamentalmente a produção poética e a prosa de ficção, é de natureza lírica, subjectiva. Na linha de um experimentalismo moderado, os seus textos de ficção preferem o lado simbólico do imaginário ao lado realista, enquanto a poesia se revela como um espaço avesso à narratividade e a oportunidade de criar cumplicidade entre a elipse e a revelação simbólica do mundo. Quando surge nos anos sessenta, interessa-se por um certo «humor corrosivo» que, mais tarde, será atenuado no âmbito de uma reflexão mais indulgente sobre a vida, sobre o eu e sobre o mundo. A sua voz é discreta e contida, mantendo-se atenta (embora sempre marginal) a escolas, movimentos e teorias. No entanto, no domínio da crítica e da investigação, trabalha a literatura num quadro teórico para onde convergem os saberes da simbologia, da alquimia, da filosofia hermética e da mística.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999