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Novidades Literatura portuguesa

Belo, Ruy. Na senda da poesia. Lisboa: União gráfica, 1969.

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1ª edição.

344 pp.; 19 cm.

 

Ruy Belo, S. João da Ribeira, Rio Maior, 1933 - Queluz, Sintra, 1978

Estudos de Direito, iniciados em Coimbra e concluídos em Lisboa. Entra em 1951 para a Opus Dei, que abandonará mais tarde. Doutora-se em Direito Canónico, em Roma, regressando a Lisboa em 1958. Tira o curso de Filologia Românica entre 1961 e 1967. Em 1971 vai para Madrid como leitor de Português, regressando em 1977 para dar aulas no ensino secundário no ano que precede a sua morte.

Foi chefe da redacção da revista Rumo. Ruy Belo traz à poesia portuguesa uma respiração rítmica que, mais do que da inspiração bíblica (a forma do salmo ou do versículo), visível no seu primeiro livro e, subterraneamente, nos seguintes, lhe vem do pano de fundo «filosófico» à luz do qual se projecta o universo imaginário do poeta. Não se trata de filosofia no sentido abstracto, teórico, do termo, mas na linha de uma fenomenologia que determina a passagem de cada dado particular de existência, culminando com o próprio facto da condição humana do poeta – que desse modo se vai expor até ao limite «dramático», ou trágico, da sua vida –, a sintoma de um absoluto que as palavras procuram traduzir. Daqui decorre que tanto se possa falar do jogo do pião, de heróis do efémero real (José Maria Nicolau, Marilyn Monroe) ou mítico (Billy the Kid), como de pintura, da passagem das estações, do amor e da morte. Todos estes temas são, finalmente, a expressão de um relacionamento único, na sua natureza, do poeta com o tempo e com a linguagem que o procura exorcizar, no que ele tem de relativo, conferindo ao ser essa duração – e dureza – da pedra (da estátua) susceptível de um desafio ao destino, emblematizado, entre outros, no exemplo de Pedro e Inês de A Margem da Alegria.

E são certamente a mesma sensibilidade e a mesma consciência poética que lhe informam os ensaios, também eles preferencialmente dedicados à poesia. Autor de traduções no âmbito da História - Marc Ferro e H.-I. Marrou – e de traduções literárias, designadamente obras de Saint-Exupéry, Federico García Lorca e Blaise Cendrars, prefaciou Pelo Sonho É Que Vamos, de Sebastião da Gama.

Colaborou em várias publicações periódicas, nomeadamente em O Tempo e o Modo e Ocidente.

in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999

 


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