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António Quadros, A existência literária: ensaios. Lisboa, Sociedade de Expansão Cultural, 1959

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219 pp.; 19 cm.

 

Exemplar com dedicatória do autor.

 

António Quadros, Lisboa, 1923 - Lisboa, 1993

Ensaísta, ficcionista e poeta.

Ensaísta e pensador integrado no grupo da chamada filosofia portuguesa, António Quadros é autor de uma vasta obra que inclui volumes de teoria da cultura, história e filosofia políticas, ensaios de estética e crítica literária, monografias, colectâneas de poesia, títulos de ficção, crónica, relatos de viagem, etc., além de ter dirigido a colecção «Biblioteca Breve» (ICALP) e organizado edições das obras completas de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Camilo Pessanha, cujas introduções e notas são preciosos e incontornáveis auxiliares para o estudo daqueles autores.

Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras de Lisboa (1948), foi, em 1969, um dos fundadores do Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing, vulgo IADE, escola superior de que foi presidente e professor, funções que exerceu com largo espírito liberal.

Com a publicação de Modernos de Ontem e de Hoje (1947), deu início a uma coerente bibliografia de índole predominantemente ensaística, balizada por alguns títulos de referência, de que se destacam A Teoria da História em Portugal (2 vols., 1967-68), Portugal, Razão e Mistério (2 vols., 1986-87) e Estruturas Simbólicas do Imaginário na Literatura Portuguesa (1992).

Entre os anos 50 e 60, fundou três revistas, ou «fascículos de cultura», como lhes chamava: Acto (1951-52), que teve Pascoaes e Ortega Y Gasset entre os principais colaboradores; 57 (1957-62), que aglutinou personalidades como Agustina Bessa Luís, Ana Hatherly e José Marinho; e ainda Espiral (1964-66), que reuniu Régio, David Mourão-Ferreira, Blanc de Portugal, etc.

Ao longo de décadas colaborou nas mais diversas publicações, tais como, entre outras, a Revista Portuguesa de Filosofia, Persona, Via Latina, Diário de Notícias, Tempo, Diário Popular, Arco Voltaico ou o JL.

Reconhecido sobretudo como ensaísta e pensador da cultura, também escreveu poesia (cinco livros, entre 1949 e 1991) e ficção. Os contos de Histórias do Tempo de Deus (1965) obtiveram dois prémios, o «Ricardo Malheiros», da Academia das Ciências, e o de «Novelística», da Casa da Imprensa. Mais tarde receberia o «Prémio Nacional de Literatura Infantil», por Pedro e o Mágico (1973).

Trabalhou no Serviço de Bibliotecas Itinerantes da F. C. Gulbenkian (1958-81); foi professor de Deontologia de Comunicação, na Universidade Católica de Lisboa; membro fundador e dirigente da extinta Sociedade Portuguesa de Escritores (1957-59) e vice-presidente da Fundação Lusíada; pertenceu à direcção do Círculo Eça de Queiroz; participou de inúmeros congressos e simpósios, no país e no estrangeiro; fez parte da comissão organizadora da Associação Portuguesa de Escritores; foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa (Classe de Letras), sócio efectivo da Academia Internacional de Cultura Portuguesa e sócio efectivo e perpétuo da Academia Brasileira de Filosofia. Foi condecorado com a Ordem Britânica da Rainha Vitória.

Tradicionalmente conotado com as teses sebastianistas do «Quinto Império» e genuinamente preocupado com «uma ideia de Portugal», a sua obra impõe-se pelo carácter especulativo e tolerante.

Era filho dos escritores António Ferro e Fernanda de Castro.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998


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