Almada Negreiros, Ultimatum futurista às gerações portuguesas do século XX, Edições Petrus, sd
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Edição privada de 300 exemplares;
2ª edição do Manifesto Anti-Dantas publicada no Porto por Petrus, aliás Pedro Veiga.
Edição Especial, peça de colecção.
Pedro Veiga (editor)
"Um grande pessoano esquecido, ele próprio ainda hoje com toda uma biobibliografia por estudar e fixar devidamente, nasceu Pedro Veiga [o editor], a 5 de Maio de 1910, em Moimenta da Beira; e morreu no Porto (onde viveu desde a infância e tem, hoje, uma rua com o seu nome), a 13 de Julho de 1987. Advogado, tradutor, escritor e editor, Pedro Veiga viria a tornar-se figura de charneira da investigação e divulgação de Fernando Pessoa, sob o pseudónimo de Petrus.
Petrus foi um pioneiro dos estudos sobre o criador do “drama em gente”, ao lado dos já referidos João Gaspar Simões e Adolfo Casais Monteiro, mas também de Agostinho da Silva, Jorge de Sena, António Quadros, Teresa Rita Lopes, Georg Rudolf Lind, Jacinto do Prado Coelho, Joel Serrão e Eduardo Lourenço, entre outros.
Estudou em Coimbra e Lisboa, tendo-se licenciado em Direito e em Letras. O seu percurso académico brilhante granjeou-lhe mesmo um convite do Cardeal Cerejeira, Professor de Letras, para seu assistente – um convite que o jovem se apressou a declinar, argumentando que queria dedicar a sua vida a estar em casa a fazer livros e a procurar coisas pelas bibliotecas."
"(…) pitoresco é, indubitavelmente, o episódio de 1963, na Livraria Fernando Fernandes. Ali estava patente, organizada por José Augusto Seabra, uma exposição bibliográfica sobre Fernando Pessoa, com base numa pequena parte do espólio do Poeta, até então inédita. No convénio entre a Livraria Divulgação e a família de Fernando Pessoa, ficara rigorosamente estabelecida a proibição de ser copiado o material exposto. Ora, logo no primeiro dia da exposição, os promotores foram dar com um Pedro Veiga na sala, copiando para um caderno de apontamentos de bolso, com grandes à-vontade, velocidade e desenvoltura, partes do Livro do Desassossego. Petrus foi imediatamente expulso da exposição, debaixo de enorme escândalo, não poupando uma chuva de furiosos impropérios aos seus delatores, enquanto era escoltado para a rua.
Ficava assim frustrada a intenção de Petrus em reforçar e completar uma edição embrionária e incompleta do Livro do Desassossego, que publicou em 1961, com o subtítulo “Páginas Escolhidas.”
Apesar das limitações nos fragmentos disponíveis, a análise global de Pedro Veiga aos fragmentos então disponíveis da obra é brilhante. Nas suas notas à edição, além de citar e seguir Maria Aliete Galhoz, traça e entrecruza, na perfeição, os perfis dos quatro contribuintes: Vicente Guedes, Bernardo Soares, o Barão de Teive e o próprio ortónimo. Ao Livro, chamou Petrus “um florilégio breve das nuances de espírito de Fernando Pessoa”, um “banquete” capaz de contribuir, apesar dos espaços em branco, para uma melhor compreensão da personalidade de Pessoa, “fazendo a passagem entre o homem cerebral e o homem sensível, entre o pensador e o poeta” (Livro do Desassossego, 1961: cólofon). "
in: Ricardo Belo de Morais, Petrus, o Mais Excêntrico dos Pessoanos