D. Francisco Manuel de Mello, Tacito Portuguez. Vida, e morte, dittos e feytos de El-Rei Dom João IV. Segundo apógrafo inédito da Biblioteca Nacional [Rio de Janeiro], com introdução, informação, notas de Afrânio Peixoto, Rodolfo Garcia e Pedro Calmon, Ri
Acresce o valor do transporte pelos CTT (de acordo com as tabelas em vigor para o correio registado ou não registado). Enviar email para informação de envio por correio.
Inédito de D. Francisco Manuel de Melo, de cujo inesperado conteúdo Afrânio Peixoto trata na «Nota Preliminar»: “Êsse “Tácito Português” teve quem cuidasse dêle, pois nas bibliotecas públicas de Portugal nove apógrafos encontrou Edgar Prestage, todos de letra do Século XVIII, o imediato... Além dêstes nove, um chegou ao Brasil, com a livraria do Príncipe Regente Dom João, também dêsse tempo, e que serve para a presente edição.” Disse Prestage que o manuscrito “merece ser conhecido, quer pelos factos que refere, quer pela relativa franqueza e pelo critério sensato com que são apreciados os caracteres e os actos do próprio Rei e dos dalgos.”
Obra publicada por ocasião do Centenário da Restauração de 1640, em excelente e cuidada edição impressa em bom papel. Exemplar encadernado, mantendo as capas de brochura originais.
«D. Francisco Manuel de Mello, Cavalleiro da Ordem de Christo, Commendador das commendas de Sancta Maria d'Assumpção do logar d'Espichel e Oyão, de Sancta Maria do Hospital, e de S. Simão de Vianna, foi natural de Lisboa, e n. a 23 de Novembro de 1611, de familia mui nobre. Fez os seus estudos no collegio de Sancto Antão com os jesuitas, e ahi concluiu com grande distincção o curso de humanidades, tornando-se egualmente perito na philosophia e theologia. Aos 17 annos, por morte de seu pae, determinou seguir a vida militar, e passando a Castella fez varias campanhas navaes e terrestres, chegando ao posto de Mestre de Campo, e servindo como tal nas guerras de Flandres e Catalunha. Achava-se n'esta ultima, quando rebentou em Portugal a revolução do 1.° de Dezembro de 1640, pela qual foi abrogado o dominio hespanhol, e proclamado rei o Duque de Bragança. Então D. Francisco Manuel deixando para logo o exercito castelhano, tractou de recolher-se á patria, e o executou, não sem perigo, discorrendo por Inglaterra e Hollanda, e entrando finalmente em Lisboa, bem alheio de pensar na má sorte que o esperava. Culpado pouco depois na morte de um individuo, que appareceu assassinado, teve de jazer nove annos successivos nas prisões da torre de Belem, e da torre Velha. Não foram bastantes as diligencias, que durante este tempo empregou para justificar-se do crime que lhe assacavam, chegando até a interessar em seu favor elrei Luis XIII de França, que escreveu ao de Portugal uma carta, datada de 6 de Novembro de 1648, em termos assás significativos, empenhando-se pela liberdade do preso.
E se havemos de estar pelas tradições e memorias da epocha, nada menos verdadeiro que o delicto que lhe imputavam. Além do que a este respeito se tem dito desde muito tempo, o sr. dr. J. C. Ayres de Campos acaba de communicar-me uma nota muito curiosa, lançada por mão contemporanea em um dos interessantes livros manuscriptos, que o mesmo sr. possue. D'ella consta explicitamente que o motivo occulto da perseguição feita a D. Francisco fôra um encontro nocturno, que este tivera com o proprio soberano, em casa de uma dama de alta qualidade (cujo nome a decencia manda calar) senhora de muito bem fazer a quem lho pedia, que um e outro requestavam; e pela qual n'essa occasião vieram ambos ás mãos, desembainhando as espadas, e acutilando-se mutuamente. Parece que a vantagem ficára então da parte de D. Francisco. Mas pouco depois da noute fatal apparecendo assassinado um criado da fidalga a complacente justiça tirou azo d'este successo para desaggravar a magestade offendida, lançando o assassinato á conta do seu atrevido competidor, etc. etc.
A final depois de tão longos e penosos soffrimentos, foi-lhe ainda imposta a pena e degredo temporario para o Brasil, a qual cumpriu com paciente resignação. Voltando para a Europa, fez uma digressão á Italia, e assistiu em Roma durante alguns annos, começando ahi em 1664 uma edição completa de suas obras, que por motivos ignorados não proseguiu. Recolheu-se por ultimo a Lisboa, onde em breve terminou a sua carreira vital, falecendo a 13 de Outubro de 1666, conforme a opinião que se julga mais exacta. Tendo-se conservado sempre celibatario, deixou apenas um filho natural, por nome D. Jorge Manuel, que poucos annos lhe sobreviveu, acabando gloriosamente no de 1674, na batalha de Senef. - Para a sua biographia consulte-se, além da Bibl. Lus. no tomo II, o Ensaio Biogr. Crit. de Costa e Silva, tomo VIII de pag. 194 a 203; o artigo do sr. A. Herculano inserto no Panorama, 1840, n.os 8 162 e 176; o Catalogo dos auctores, que antecede o Dicc. da Ling. Portug. da Academia R. das Sciencias, e finalmente as breves noticias collocadas á frente das edições hespanholas da sua Historia da Catalunha, de que mais adiante falarei.
Distincto como historiador, poeta, orador, e critico-moralista, D. Francisco Manuel foi sem duvida um dos nossos mais eruditos e polidos escriptores, e nenhum até o seu tempo escreveu em tanta variedade de assumptos, e faculdades. É auctor que deve ser lido, e estudado por todos aquelles que quizerem instruir-se nos primores e delicadezas de nossa linguagem familiar, sendo (ao menos quanto a esta parte) a sua auctoridade egual á dos primeiros mestres. Affectou algumas vezes os archaismos, e tem soffrido por isso as censuras de alguns criticos. Comtudo, póde dizer-se que em geral é elegante, e sempre eloquente; pensa e escreve bem; e as suas obras honram egualmente a litteratura das duas nações portugueza e castelhana, que uma e outra o qualificaram de classico em linguagem.
E para que se veja como os nossos visinhos avaliam os quilates do seu merito, transcreverei aqui traduzido o juizo que d'elle faz o atilado critico e grande poeta D. Manuel José Quintana, a cuja opinião ninguém de certo recusará a auctoridade que por tantos titulos lhe compete. Diz pois:
«Amigo de Quevedo foi D. Francisco Manuel de Mello, escriptor tão incansavel, como activo politico e guerreiro: manejava o idioma castelhano como o da sua propria patria; e poeta, historiador, moralista, auctor politico, militar, e até ascetico, e sobresaliente em alguns d'estes ramos, e para desprezar em nenhum. O livro das suas poesias e rarissimo, e ainda que alguns o tem dado por imitador de Gongora, tem mais pontos de similhança com Quevedo. O mesmo gosto de versificar, a mesma austeridade de principios, a mesma affectação de sentenças, e a mesma copia de doutrina. Tem ainda outra conformidade com Quevedo, que é ter publicado seus versos distribuidos por Musas, ainda que tres d'estas são em portuguez.
« Ha no poeta hespanhol cores mais brilhantes e rasgos mais valentes; no portuguez mais sobriedade e menos extravagancias. Seu estylo, posto que elegante e culto, apenas tem poesia, e seus versos amatorios carecem de ternura, e de fogo; como as suas odes de enthusiasmo e elevação.
« Tão pouco tinha indole para os muitos versos burlescos, de que está cheio o grande volume das suas poesias; mas quando a materia é seria e grave, então a philosophia e sua doutrina o sustentam, e a sua expressão emparelha com as suas idéas.
« Naturalmente inclinado ás maximas, e ás sentenças, era mais proprio para as poesias moraes, e para a epistola principalmente, em que a força e a severidade do pensamento se combinam melhor com uma phantasia temperada, e pouco profunda. N'este genero, se não é sempre um grande pintor, é ao menos castigado e severo na linguagem e estylo, sonoro nos versos, grave e elevado nos pensamentos; moralista respeitavel no caracter, e nos principios. Sem embargo d'estes dotes, os titulos da sua gloria como escriptor estão mais afiançados nas suas obras de prosa; no Ecco politico, por exemplo; na sua Aula militar, e mais que tudo na sua Historia das alterações da Catalunha, a mais bella producção que lhe sahiu da penna, e talvez a melhor obra de sua classe que existe em castelhano. »
Eis-aqui o catalogo completo das composições de D. Francisco Manuel, guardando a mesma ordem em que as acho mencionadas na Bibl. de Barbosa.
OBRAS IMPRESSAS, PELA ORDEM CHRONOLOGICA DA SUA PUBLICAÇÃO.
1252) Doce Sonetos por varias acciones, en la muerte de la senora D. Ignes de Castro, muger del principe D. Pedro de Portugal. Lisboa, por Mattheus Pinheiro 1628. 4.º - Estes sonetos são todos em castelhano, e hoje mui raros. Teve um exemplar Monsenhor Ferreira Gordo.
1253) Politica militar en avisos de Generales. Escrita al Conde de Linares Marquez de Viseo, capitan general del mar Oceano etc. Madrid, por Francisco Martinez 1638. 4.º - Sahiu novamente, junta com a Aula Politica, abaixo mencionada, Lisboa, 1720. 4.º.
1254) Declaracion que por el reyno de Portugal ofrece el doctor Geronimo de Sancta Cruz a todos Ios reynos y provincias de Europa, contra las calumnias publicadas de sus emulos etc. Lisboa, por Antonio Craesbeeck de Mello 1633. 4.º.
1255) Demonstracion que por el reyno de Portugal agora offrece el doctor Geronimo de Sancta Cruz a todos los reynos y provincias da Europa en prueva de la Declaracion por el mismo autor, y por el mismo reyno etc. Ibi, pelo mesmo 1644. 4.º.
1256) Eco politico responde en Portugal a la voz de Castilla, y satisfaze a un papel anonymo ofrecido al rey D. Filippe IV sobre los interesses de la corona lusitana. Ibi, por Paulo Craesbeeck 1645. 4.º.
1257) Historia de los movimientos y separacion de Cataluna, y de la guerra entre la magestad catolica de Don Filippe el cuarto, rey de Castilla, y la Deputacion de aquel principado. S. Vicente (Lisboa), por Paulo Craesbeeck 1645. 4.º de V-165 folhas numeradas só na frente. - Sahiu n'esta primeira edição com o nome supposto de Clemente Libertino. Apezar do menospreço em que o auctor inculca ter esta sua obra, dizendo na carta 8.ª da 1.ª centuria, escripta ao doutor João Baptista Morelli: « Creo no ha perdido nada el libro faltando-le mi nombre, ni mi nombre faltando-le el libro » o conceito dos entendidos declarou-se altamente em sentido contrario, avaliando-a desde logo pelo que na realidade era. Foi tal a estima que mereceu, que ainda n'aquelle seculo obteve duas reimpressões (ambas ignoradas de Barbosa), a saber em 1692 e 1696, sendo esta ultima feita em Lisboa, por Bernardo da Costa de Carvalho, em 4.º - Ainda hoje é tida como um dos mais bem acabados troços de historia, que os hespanhoes possuem no seu idioma. No seculo presente se fizeram d'ella duas edições, uma em Madrid, na Imp. de Sancha 1808. 8.º gr.; - outra formando parte do Tesoro de Historiadores Espanoles, que é o tomo XVIII da Collecion de los mejores autores da mesma nação, publicada pelo livreiro-editor Baudry, París 1840. 8.º gr.
A ediçao original tem-se vendido pelos preços de 480 (tanto dei pelo exemplar que d'ella tenho) até 720 réis.
1258) Manifiesto de Portugal. Lisboa, por Paulo Craesbeeck 1647. 4.º - É escripto em castelhano, e tinha por fim patentear ao mundo a detestavel acção commettida pelo governo de Hespanha, quando para desfazer-se d'elrei D. João IV, o mandára assassinar atraiçoadamente no acto da procissão de Corpus Christi em 17 de Junho do referido anno.
1259) El mayor pequeno: vida y muerte del serafin humano Francisco de Assis. Lisboa, por Manuel da Silva 1647. 12.°
1260) El Fenix de Africa, Augustino Aurelio Obispo Hyponense. Primera parte. Augustino Filosofo. Lisboa, por Paulo Craesbeeck 1648. 12.° - Segunda parte. Augustino Santo. Ibi, pelo mesmo 1649. 12.°
Esta e a antecedente foram reimpressas, e formam o segundo tomo das intituladas Obras morales, de que logo se falará.
O auctor da Noticia dos poetas portuguezes, que anda no principio do Diccionario poetico de Candido Lusitano, entre outras inexactidões e inadvertencias commettidas, offerece uma, que não sei como qualifical-a. Conta entre as poesias de D. Francisco Manuel, El Fenix de Africa, Augustino Obispo Hyponense, obra toda escripta em prosa, e na qual não apparece um unico verso!
1261) Las tres Musas del Melodino. Lisboa, na Offic. Craesbeeckiana 1649. 4.° - Contém parte das suas composições poeticas, todas em castelhano. Este livro tem pouco ou nenhum valor, em vista da nova e completa edição, que depois se fez com o titulo de Obras metricas. V. adiante.
1262) Pantheon a la immortalidad del nombre Itade. Poema tragico Lisboa, na Offic. Craesbeeckiana 1650. 12.° de VI-47 folhas numeradas pela frente. - É assumpto d'esta poesia a memoria de D. Maria de Ataide, de cujo appellido se fórma o anagramma Itade. Foi depois reimpresso nas Obras metricas do auctor, 1665, parte I, a pag. 287.
1263) Melpomene junto ao tumulo da senhora D. Maria de Ataide lamenta as suas magoadas saudades nesta ode. - Sahiu na collecção intitulada Memorias funebres da dita senhora, impressas em 1650, a fol. 31 V.
1264) Relação dos successos da armada, que a Companhia geral de Commercio expediu ao estado do Brasil o anno passado de 1649, de que foi capitão geral o Conde de Castello-melhor. Lisboa, na Offic. Craesbeeckiana 1650. 4.° de 16 pag. - Sahiu sem o seu nome. D'este opusculo, alias raro, e que nada tem de commum com a Epanafora do mesmo auctor ácerca da restauração de Pernambuco, fazem menção Barbosa e Ternaux-Compans na Bibl. Americana. No Catalogo chamado da Academia foi, não sei porque, omittido. A Bibliotheca Nacioal possue um exemplar, e tem outro o sr. Figaniere.
1265) Carta ao doutor Manuel Temudo da Fonseca, Vigario geral do arcebispado de Lisboa. - Sahiu impressa no principio das Decisões (em latim) do mesmo doutor Temudo, Lisboa, 1650. fol.: e depois incorporada na Primeira parte das Cartas familiares do auctor, onde é a 1.ª da centuria quarta. - N'ella faz o auctor uma breve resenha dos escriptores portuguezes, que floreceram até o seu tempo.
1266) (C) Carta de guia de casados, para que pelo caminho da prudencia se acerte com a casa do descanço. A um amigo. Lisboa, na Offic. Craesbeeckiana 1651. 12.° de VIII-195 folhas numeradas só na frente. - De todas as obras escriptas pelo auctor, e publicadas separadamente, e com o seu nome, foi a primeira que se imprimiu em portuguez, tendo-o sido todas as outras em castelhano.
Este tractado de philosophia moral, e economia domestica, é das obras do auctor a mais popular e conhecida em Portugal. Ha d'ella muitas reimpressões, das quaes mencionarei por mais notaveis as seguintes:
Carta de guia de casados etc. Lisboa, na Offic. de Domingos Soares de Bulhões 1670. 16.° - Outra: N'esta ultima impressão correcta e expurgada. Coimbra, por Francisco de Oliveira 1747. 12.° de X-247 pag. - N'ella, além de outras faltas, omittiu-se a carta dedicatoria do auctor a seu primo D. Francisco de Mello, alcaide-mór de Lamego. - Nova impressão, Lisboa, na Offic. Rollandiana 1827. 8.º de XII-210 pag. Mui correcta, como o são em geral as obras d'aquella typographia, e n'ella apparece a epistola, ou carta dedicatoria que andava omittida em algumas das edições anteriores. - Outra: Londres, na Offic. de T. Hansard 1820. 12.° gr. de XXVI-184 pag., e mais uma com as erratas. Bella edição, no que respeita á nitidez dos typos, e papel. É precedida de um breve epitome da vida do auctor, e foi mandada fazer pelos mesmos editores, que no dito anno reimprimiram tambem em Londres as Odes pindaricas de Diniz.
1267) (C) Epanaphoras de varia historia portugueza, a elrei nosso senhor D. Affonso VI, em cinco relações de successos pertencentes a este reino, que contém negocios publicos, politicos, tragicos, amorosos, bellicos, triumphantes. Lisboa, por Henrique Valente d'Oliveira 1660. 4.º de VIII-537 pag. - Segunda edição: Ibi, por Antonio Craesbeeck de Mello 1676. 4.° de IV-625 pag.
N'esta segunda edição foi supprimida a dedicatoria do auctor a elrei D. Affonso VI, substituida por outra mui curta do editor Craesbeeck a D. João da Silva, marquez de Gouvêa. - A primeira é infinitamente superior a esta em correcção: n'ella começam a apparecer os erros logo a pag.2; pois onde a primeira diz «observamos os passos de vossa vida» na segunda lê-se «observamos o passados»; a pag. 5 lê-se «succedido» por «succedidos»; etc. etc. - A pag. 573 da segunda (que corresponde a 481 da primeira) diz aquella « Estam a meu cargo lançar pelo mundo glorioso pregão do successo» quando a outra tem «Está a meu cargo lançar pelo mundo um glorioso pregão do successo» etc. - N'esta mesma pag. se vê assi em logar de a si, qua, em vez de que, e logo a pag. 574 se encontra «antes por ella será por elles acreditada» onde a primeira diz «antes ella será por elles acreditada ». Parece-me que é isto de sobejo para provar o que avancei, e justificar a preferencia em que deve ser tida a primeira edição. Tanto uma como a outra são hoje mui pouco vulgares, e correm sem notavel differença de preços. O valor dos exemplares de qualquer d'ellas bem conservados é de 720 até 1:200 réis, posto que ás vezes apparecem por menos. Da primeira edição tenho eu um exemplar, comprado em leilão no espolio do visconde de A. Garrett por 650 réis, e o que possuo da segunda, comprado juntamente com outras obras do auctor, sahiu na razão de 720 réis.
1268) Antidoron, ou remuneracion ao leitor desta Historia (a da Ethiopia alta) pelo affecto, pelo reconhecimento da doutrina que ao M. R.. P. M. Balthasar Telles, da companhia de Jesus etc. deve seu maior amigo e menor discipulo D. Francisco Manuel. Anda no principio da mesma historia. (V. Balthasar Telles).
1269) Obras morales. (Tomo I. Contiene: La vitoria del Hombre. El Fenis de Africa, 1ª. y 2ª parte. El Mayor peaueno.) A la serenissima reyna catolica de la Gran-Bretana. Parte I. En Roma, por el Falco 1664. 4.º de XXXVIII-485 pag. - A continuação d'este primeiro tomo, ou primeira parte (contendo as reimpressões do Fenis, e do Mayor pequeno, já mencionados acima n.° 1259) não tem frontispicio proprio, e foi feita ao que parece com a idéa de ser enquadernada junta á Vitoria del hombre; o que é difficil de realisar, porque ficaria um volume de grossura descommunal. A numeração com tudo é diversa, tendo esta continuação 237-248-184 pag. - O índice geral de todo o tomo vem no principio, antes da Vitoria del hombre. Esta edição foi, ao que se vê, preparada e dirigida pelo auctor, achando-se elle então em Roma.
1270) (C) Primeira parte das Cartas familiares, escriptas a varias pessoas sobre assumptos diversos, recolhidas e publicadas em cinco centurias, por Antonio Luis de Azevedo, Professor de humanidades, e por elle offerecidas á illustrissima, doutissima, e sempre insigne Academia dos Generosos de Lisboa. Roma, na Offic. de Filippe Maria Mancini 1664. 4.º gr. de XXVI-794 pag., nos exemplares em que de ordinario falta a ultima carta da centuria 5.ª, por ter sido arrancada por ordem do sancto Officio de todos os que então deram entrada no reino. Alguns rarissimos exemplares tenho visto, nos quaes apparece incorporada no fim a dita carta manuscripta, e outros, mais raros ainda, em que ella apparece impressa; mas facilmente se conhece pelas differenças do papel e typo, que foi estampada em Lisboa, e introduzida depois no volume respectivo. - O preço dos exemplares mutilados tem sido em tempos recentes de 960 a 1:600 réis; os que trazem a carta final impressa valem necessariamente mais.
Ha segunda edição das Cartas, feita em Lisboa 1752, 4.º - N'ella se fez substituir a carta ultima por outra mui curta, e destituida de todo interesse, com a qual se completou a centuria 5.ª Esta edição é feita em mau papel, e inferior em tudo á de Roma. Todavia, no mercado corre quasi pelos mesmos preços, e eu paguei ha annos por um exemplar 1:200 réis.
1271) (C) Obras metricas. Al serenissimo senor infante Don Pedro. Contienen: las tres Musas. El Pantheon. Las Musas Portuguezas. El tercer coro de las Musas. Leon de Francia, por Horacio Boessat y George Romeus. 1665. 4.º de XII-358-XVI-285-VIII-176 pag.
Este volume, que não é por certo o menos raro entre as obras do auctor, é dividido em tres partes. A primeira, toda em castelhano, sob o titulo Las tres Musas del Melodino, é a mesma que já fôra impressa separadamente em 1649 (V. acima o n.º 1261); a que accresce no fim o Pantheon (n.° 1262). Consta esta parte de 150 sonetos, 56 romances octosyllabos, duas pequenas composições em oitavas, 13 elegias ou epistolas em tercetos, 5 silvas, 6 odes, varios madrigaes, decimas, epigrammas, etc. um idylio, e um fragmento de tragedia pastoril. - A segunda parte, intitulada As segundas tres Musas do Melodino, toda em portuguez, contém 100 sonetos, 3 eclogas, 14 cartas ou epistolas, 3 elegias, 2 odes, 2 silvas, etc. as Ancias de Daliso, idéa funebre: 6 romances, varias decimas, e epigrammas; O Fidalgo aprendiz, farça; e finalmente varias Orações encomiasticas em prosa. - A terceira parte, que se intitula El tercer coro de las Musas del Melodino, toda em hespanhol, compõe-se de 104 sonetos, 26 tonos (especie de cantigas) 13 romances, 2 canções, varias oitavas etc., 3 epistolas, madrigaes, cançonetas, glosas, decimas, Thetis sacra, poema mixto, e no fim um Discurso academico. O preço d'este livro tem sido, creio, de 960 a 1:440 réis, e talvez mais.
Parte d'estas Obras metricas sahiram traduzidas em inglez, e foram modernamente impressas com o titulo seguinte: Relics of Melodino, translated by Edward Lawson, Esq., from an unpublished manuscript, dated 1645. London, 1815. 8.º.
1272) Auto do Fidalgo aprendiz, farça que se representou a Suas Altezas, tirada das Obras de D. Francisco Manuel. Lisboa, por Domingos Carneiro 1676. 4.º Edição posthuma. A farça é effectivamente a mesma que anda na segunda parte das Obras metricas.
1273) (C) Aula politica, Curia militar, Epistola declamatoria ao serenissimo principe D.. Theodosio. Lisboa, por Mathias Pereira da Silva & João Antunes Pedroso. 1720. 4.º de XVI-243 pag. Tem no fim a Politica militar, que fôra já impressa em vida do auctor. O preço d'este volume é de 400 a 600 réis: mas apparecem rarissimas vezes alguns exemplares, tirados em papel grande, que são de maior estimação.
1274) (C) Apologos dialogaes. Obra posthuma, a mais politica, civil, e galante que fez seu auctor etc. Ibi, pelos ditos impressores 1721. 4.º de XX-464 pag. - Consta de quatro apologos, ou dialogos; o 1.° intitulado Relogios falantes, em que são interlocutores um relogio da cidade e outro da aldêa. O 2.º chama-se Escriptorio avarento: interlocutores um portuguez fino, um dobrão castelhano, um cruzado moderno, e um vintem navarro. O 3.º é a Visita das fontes em que falam a Fonte velha do Rocio a Fonte nova do Terreiro do Paço, a Estatua de Apollo que está n'ella, é a Sentinella que guarda a fonte. O 4.º finalmente é o Hospital das Letras, onde fazem a interlocução os Livros de Justo Lipsio na Critica, Trajano Bocalino nos Regaglios; D. Francisco e Quevedo nos Sonhos, e o auctor nos Dialogos. A scena figura-se em uma livraria de Lisboa.
O preço d'este livro, estimado e procurado, tem sido de 720 a 1:200 réis. Tambem se tiraram alguns exemplares em papel de maior formato, que são ainda mais estimados pela sua raridade.
1275) (C) Tratado da sciencia Cabala, ou noticia da Arte cabalistica. Obra posthuma. Lisboa, por Bernardo da Costa de Carvalho 1724. 4.º de XII-215 pag. - Vale de 400 a 600 réis.
Das tres obras, que ficam mencionadas em ultimo logar, foi editor o então livreiro e impressor Mathias Pereira da Silva, o mesmo que fez a collecção da Fenix Renascida. (V. no presente volume o n.° F, 91.)
OBRAS QUE FICARAM MANUSCRIPTAS
1276) Theodosio del nombre segundo, princepe de Bragança, duque setimo de su estado, natural senor de los portuguezes. Historia propria y universal del reyno de Portugal e sus conquistas en Europa, Africa, Asia y America, con suficiente noticia de los sucessos del mundo al tiempo de la vida deste princepe, etc. Anno 1648. - Diz Barbosa, que seu irmão D. José conservava o original, prompto com as licenças da Inquisição passadas a 28 de Março de 1678 para a impressão. Por falta de opportunidade não verifiquei ainda, se este original existe hoje na Bibliotheca Nacional, para onde deveria passar pela incorporação da livraria dos theatinos, com os mais livros que foram de D. José Barbosa.
1277) Justificação de suas acções ante Deus, ante Sua Magestade, e ante o mundo, contra as falsas calumnias impostas dos seus inimipos. - Diz Barbosa, que era um memorial, que elle viu, dirigido a elrei D. João IV, começando pelas palavras: «Senhor: Os romanos costumavam ouvir em seu senado os reis, etc.» e acabando com as seguintes: «Isto conheço, isto promulgo, isto protesto fazer.» Não sei se por ventura será este o mesmo, de que me dá noticia o sr. dr. J. C. Ayres de Campos, declarando ter d'elle copia em um dos seus volumes de miscellaneas manuscriptas, onde tem o titulo: Memorial a elrei D. João IV, nosso senhor. Offerece Francisco Manuel de Mello, preso ha seis annos por parte da justiça, e consta de 12 folhas no formato de folio.
1278) Vidas dos serenissimos Reis de Portugal illustradas com medalhas. - Ignora-se se as concluiu, e que destino levaram.
1279) Apparato genealogico de los Reys de Portugal. - D'esta obra fala o auctor (segundo diz Barbosa) na vida de D. Theodosio, acima citada, e já estava composta em 1648. - Nada consta ácerca do seu ulterior destino.
1280) Tractado da paciencia. - Era dedicado a Filippe Christovam, eleitor do imperio, e arcebispo de Treveris, como se collige da carta 2ª. da centuria quinta das do auctor. - Mais nada se sabe d'elle.
1281) Nobiliario de Damião de Goes, addicionado com varias noticias.
- Existia o original em poder de José Freire Montarroio Mascarenhas, e por sua morte ignora-se o destino que levou.
1282) Descripção do Brasil, intitulada: Paraiso de mulatos - Purgatorio de brancos, - e Inferno de negros. - Não se sabe onde foi parar.
1283) Feira dos Anexins. - «Livro curioso (diz um nosso insigne philologo) em que estão lançadas methodicamente as metaphoras e locuções populares da lingua portugueza, e que seria quasi um manual para os escriptores dramaticos, principalmente do genero comico, que quizessem fazer falar as suas personagens com phrase conveniente, e com as graças e toque proprios da nossa lingua portugueza, e do verdadeiro estylo dramatico.» - É muito para sentir que esta obra se conserve até agora inedita, e no risco de desapparecer de todo. Algumas pouquissimas copias existem em Lisboa, segundo me consta. O P. João Baptista de Castro, na sua Hora de Recreio, impressa em 1750, de pag. 293 a 327, inseriu varios extractos d'este precioso livro, que fazem mais appetecivel a publicação do todo.
1284) Segunda parte das Epanaphoras de varia historia. - Ninguem accusa tel-a visto.
1285) Relaciones del Oriente. - Segundo diz Barbosa, constava dos successos do primeiro anno do governo do Conde de Linhares na India, etc.
1286) Concordancias mathematicas. - Obra que o auctor diz compuzera aos dezesete annos d'edade, affirmando tel-a prompta para a impressão em uma sua carta, que foi vista de Barbosa, sem que todavia conste que destino levou.
1287) Las finezas malogradas. - Novella escripta na edade de dezoito annos, segundo diz o auctor na carta referida, e está no mesmo caso das antecedentes.
1288) Desculpas del ocio. Primera y segunda parte. - Diz Barbosa que eram Poesias, sem mais explicação.
1289) Los caprichos de Amarillis. - Discurso a uma dama desmaiada em sua presença. Mencionado por Barbosa, sem mais declaração, como tambem os que se seguem.
1290) Labyrintho de Amor. Comedia.
1291) Los secretos bien guardados. Comedia.
1292) De burlas haze amor veras. Comedia.
1293) El Domine Lucas. Comedia. - Entre as obras impressas de Canizares anda uma com este titulo, e é tida como uma das melhores producções d'este celebre dramatico. Será ella por ventura a que D. Francisco Manuel escrevêra?
1294) El verano em Cintra. Novella.
1295) Las noches escuras. Novella.
1296) La dama negra. Novella.
1297) Historia general de Portugal, que comprehende el govierno de la princesa Margarita.
1298) Juizio de las maravillas de la naturaleza. - Diz-se que versava sobre um diluvio de fogo, que cahiu na ilha de S. Miguel em 1638.
1299) Satisfaciones a Sylvio.
1300) El hombre. - Diz-se que tractava de descrever o caracter de um principe perfeito.
1301) Lagrimas de Dido. - Poema heroico, provavelmente em castelhano, que o auctor offereceu a D. Francisco de Borja, principe de Esquilache.
1302) Elogio ao senhor infante D. Duarte (irmão d'elrei D. João IV) quando segunda vez se preparava para a jornada de Allemanha. - Diz-se que n'elle pretendêra imitar o panegyrico feito por João de Barros á infanta D. Maria.
1303) De la afliccion y confortacion. - Obra qualificada de muito erudita, ornada de sentenças dos sanctos padres, e dos philosophos antigos.
1304) Triumpho da verdade. - Era uma apologia por certo ministro, falsamente calumniado.
1305) Memorial de la honra, dirigido a Filippe IV. – N’elle representava a Nobreza contra um tributo, que se lhe queria impôr no anno de 1632.
1306) Memorial ao Conde-duque, por parte de Diogo Soares, secretario d'estado.
1307) Memorias de sua vida, escriptas no anno de 1641, em que diz se achava preso em Madrid.
1308) Verdades pintadas e escriptas. - Constava de cem emprezas moraes, debuxadas pela sua mão, e illustradas com discursos. Diz-se, que ao tempo que estava compondo esta obra lhe chegára á mão o livro das Emprezas politicas de D. Diogo de Saavedra Fajardo, no qual achára quatorze com o mesmo corpo e letra de outras suas, sem que todavia se tivesse jámais communicado com o escriptor hespanhol.
1309) Punto en boca. - Era uma invectiva jocosa contra Castella.
1310) La Impossible. Tragedia castelhana, imitando o estylo de João Baptista Guarini. - Acha-se um fragmento d'ella nas suas Obras metricas impressas.
1311) Officio de S. João Baptista, com hymnos, responsorios e orações. - Diz-se que, fôra publicado com o nome de Innocencio da Paixão. Quererá isto significar que fosse impresso?
1312) Canto de Babilonia: paraphrase do psalmo «Super flumina Babylonis» em coplas portuguezas.
1313) Discurso ácerca dos inimigos que o vexavam, tomando para argumento as palavras de David « Oderunt me gratis.» Dedicado a D. Rodrigo da Cunha.
1314) O invisivel Conselheiro. Discurso politico.
1315) Maré de Rosas. - Invectiva contra um livro poetico.
1316) Relação historica das alterações de Evora.
1317) Cortes de la Razon. Idéa politica. - D'esta obra, diz elle «que se Deus fôr servido de m'a deixar acabar felicemente, espero seja a honra e meta de todos os meus escriptos.»
1318) Commentarios ao livro da «Providencia» de Seneca.
1319) El christiano Alexandre. - Era a historia politica de Jorge Castrioto, principe e restaurador de Albania. O conde da Ericeira D. Luis de Menezes imprimiu depois uma do mesmo assumpto. (V. o artigo competente.)
1320) Espiritos moraes. Discursos sobre as domingas de quaresma. - Escriptos provavelmente em hespanhol, e dedicados a D. Fernando d'Andrade, arcebispo de Burgos.
1321) Discurso moral e politico sobre o verso 9.° do psalmo 18.°
1322) Homilia sobre as palavras «Misit Herodes rex.»
1323) Defensa universal d'este reino, em que se propõem todos os meios praticos, para evitar todos os perigos, que nelle póde haver, causados por mar e terra.
1324) Do modo de empregar na guerra a fidalguia.
1325) Discurso sobre a interpreza de Badajoz.
1326) Da fortificação das praças.
1327) Das precedencias das nações. - Teve por assumpto a que as naus de guerra britanicas quizeram tomar ás mercantes de Hollanda em o porto de Lisboa.
1328) Do modo de servir dos reformados.
1329) Discurso sobre o officio de Marechal do reino.
1330) Discurso sobre as competencias dos officios da casa real.
1331) Memorial dos moradores da capitania de Pernambuco.
1332) Relação do nascimento do infante D. Pedro.
1333) Relação do sitio de Olivença.
1334) Relação da victoria, que alcançaram os portuguezes dos hollandezes nos Gararapes.
1335) Annotações ás sentenças do Conde de Vimioso.
1336) Ancias de Daliso. Poema, que consta de verso e prosa. - Erradamente (creio) dá Barbosa esta obra por manuscripta, pois a vejo impressa, ou ao menos uma com egual titulo, na segunda parte das Obras metricas a pag. 170 e seguintes.
1337) Annotaciones a las epistolas de Francisco de Sá.
1338) Historia de los Infantes.
1339) El Cesar de ambos mundos.
1340) El Daniel perseguido.
1341) Modo de emplear la nobleza.
1342) Politica familiar.
1343) Curia politica.
1344) Manifesto de los Palatinos.
1345) Segunda parte das Cartas familiares. - Na primeira parte impressa o auctor affirma de si, que só nos primeiros seis annos de preso escrevêra vinte e duas mil e seiscentas cartas: e accrescenta: «E que será hoje, sendo doze os de preso, seis os de desterrado, e muitos os de desditoso?»
1346) Tractado das insignias militares etc., ou Arte symbolatoria.
1347) Diario del Brasil.
1348) Itinerario da Europa. Primeira e segunda parte.
1349) O Tacito portuguez. Vida e morte d'elrei D. João IV de Portugal. - D'esta obra possue uma cópia a livraria da Academia Real das Sciencias. O sr. Antonio de Oliveira Marreca já deu alguns excerptos d'ella na Illustração, jornal universal, vol. I, pag. 143 etc.
1350) Embaixador instruido, e suas funcções. - É dividido em secções, tracta a primeira do embaixador em geral; a segunda, se os soberanos mandam embaixadores; e a terceira, se os usurpadores, governadores e capitães pódem mandar embaixadores; a quarta, se os principes da Allemanha estão no direito de se fazerem representar por embaixadores, etc. - Esta obra, da qual ha uma cópia no Museu Britanico (Vej. o respectivo Catalogo pelo sr. F. Figaniere, pag. 298, n.° 15195) é attribuida a D. Francisco Manuel, posto que nas cópias conhecidas não traga o seu nome. O sr. dr. Ayres de Campos possue em Coimbra uma d'essas cópias, posto que incompleta no fim, constando sómente de 94 pag. in fol. Assim o declara o dito senhor, no índice dos seus manuscriptos com que ha pouco me brindou.
Na Bibl. de Barbosa se não mencionam, nem este nem a antecedente. - Ha ainda outras muitas, que tambem n'ella se não descrevem, mas que constam de um indice que o proprio D. Francisco Manuel collocou no principio do tomo I, impresso, das Obras morales. Vej. tambem uma collecção miscellanea, intitulada Memorias historicas de anecdotas etc., impressa em Lisboa 1786, no tomo I, pag. 161 a 166; ahi se encontra uma breve relação dos escriptos do nosso fecundissimo polygrapho, e n'ella mencionados alguns, que não apparecem em nenhuma das partes indicadas. Infelizmente, creio que a maior parte, ou quasi a totalidade de taes escriptos se perderam de todo sem remedio.»
in: Dicionário Bibliográfico Português. Estudos de Innocêncio Francisco da Silva aplicáveis a Portugal e ao Brasil. Continuados e ampliados por P. V. Brito Aranha. Revistos por Gomes de Brito e Álvaro Neves, Lisboa, Imprensa Nacional, 23 vol., 1858-1923