Descrição
v1— 349, [1] p. : il., [13] estampas, [1] desdobr. ; 25 cm.
v2— [5], 311, V p. : il., [3] estampas ; 25 cm.
Encadernados, meia francesa com cantos em pele.
Proscritos: notícias circunstanciadas do que passaram os religiosos da Companhia de Jesus na revolução de Portugal de 1910 é uma obra em dois volumes, publicada entre 1911 e 1914, da autoria do padre jesuíta Luís Gonzaga de Azevedo. Trata-se de um testemunho direto e minuciosamente documentado sobre os acontecimentos que afetaram os membros da Companhia de Jesus na sequência da implantação da República em Portugal, a 5 de outubro de 1910. Nessa época, o novo regime republicano decretou uma série de medidas anticlericais, entre as quais a expulsão das ordens religiosas, a extinção dos colégios confessionais e a apreensão de bens e propriedades da Igreja, numa atitude de forte hostilidade laicizante.
O autor, então provincial dos jesuítas em Portugal, recolheu relatos detalhados de dezenas de membros da Companhia que sofreram perseguições, prisões, deportações e desterros, oferecendo um retrato vívido do que considerava ser uma violenta campanha de repressão contra a Igreja. A obra apresenta-se como um conjunto de “notícias circunstanciadas”, ou seja, relatos pessoais e factuais, acompanhados de documentação e imagens, procurando demonstrar não só o sofrimento dos religiosos, mas também a sua fidelidade à vocação e ao país. O primeiro volume foca-se sobretudo em Lisboa e nos episódios iniciais da perseguição; o segundo alarga a análise às restantes regiões do país e às missões ultramarinas.
Mais do que um simples registo histórico, Proscritos é também uma peça de denúncia e de memória, escrita num tom tenso mas rigoroso, que pretende preservar os acontecimentos de uma época marcada por intensos conflitos entre o Estado e a Igreja. Pela sua natureza testemunhal, pelo valor documental das fontes reunidas e pela perspetiva interna que oferece, esta obra é hoje considerada um contributo essencial para a história da Igreja em Portugal no século XX, nomeadamente no que toca às relações entre a República e as ordens religiosas.
Contém a descrição dos incursões dos republicanos às casas da Companhia de Jesus, assim como relatos do êxodo provincial. Descreve os vários colégios, casas e residências em Lisboa e em Portugal, assim como as missões do Brasil, Macau, Moçambique, Timor, etc.